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Significado da Queima das Fitas

por civilblog, em 22.04.07



 

A tradição de queimar as fitas remonta à década de 50 do século XIX. Há notícias desta época em que, Segundo Eduardo Proença-Mamede, "grupos de estudantes que, vendo-se passados nos exames do 4º. Ano, se juntavam por faculdade à Porta Férrea e faziam um cortejo até ao Largo da Feira e aí as fitas tinham um fim: eram queimadas numa pequena cova no chão onde ardia um pequeno fogo".

Mais tarde vieram as "festas do ponto" (latadas de fins do século XIX), nos Centenários que entre 1880 e 1898 homenageavam diversas figuras e factos, no Centenário da Sebenta e Enterro do Grau.

 

O acto de queimar as fitas é anterior à própria festa da Queima das Fitas. As "festas do ponto" serviam para assinalar o final do ano lectivo e a emancipação dos caloiros.

O primeiro acto conhecido das festas ligadas à Queima das Fitas, já com um programa estruturado, é de 1901. Nesse ano, em finais de Maio, os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta. O cortejo levou cerca de hora e meia a percorrer o trajecto desde o Largo da Universidade até à Baixa. Os caloiros seguiam no cortejo amarrados por fitas vermelhas e com várias latas atadas com fios onde os doutores batiam com as bengalas.

 

As fitas vermelhas representavam a cor do curso jurídico. Alguns anos mais tarde os doutores liam a mensagem de emancipação dos caloiros, entregando-lhes os símbolos que representavam essa emancipação: palmatória, tesoura e moca.

As fitas, tiras de tecido que serviam para atar os livros, a que se chamava o grelo, eram queimadas já de noite. As cinzas eram colocadas numa lata que mais tarde passou a ser colocada à Porta Férrea. Segundo António José Soares, a 10 de Junho de 1903 houve duas queimas das fitas, uma dos quartanistas de direito e outra dos quartanistas de medicina, terminando com uma garraiada na Figueira da Foz, no dia seguinte. Alberto de Sousa Lamy sustenta que só a 26 de Maio de 1929 se realizou, na Figueira da Foz, a primeira garraiada integrada na queima das fitas.

 

Em 1903 é lançada a primeira brochura de caricaturas, com apenas 10 caricaturas.

Em 1905 surge a segunda brochura já com 136 caricaturas das cinco Faculdades.

A greve académica de 1907 impede a realização da queima das fitas, porque a academia estava dividida em duas facções.

A 27 de Maio de 1913 a polícia decide "controlar a queima" colocando nas ruas muitos dos seus elementos. Um académico faz questão de rapinar um boné ao chefe da brigada. Até 1918, há alguns interregnos, condicionados pelas condições políticas, económicas e sociais da época, como por exemplo a proclamação da República e a 1ª. Grande Guerra Mundial.

Em 1918 os estudantes de medicina e de direito unem-se para queimar o grelo.

Em 1919 o Cortejo dos quartanistas é participado por todas as Faculdades. A 26 de Maio haveria a "tourada dos caloiros e a 27 efectuava-se a queima do grelo e o cortejo. Ainda nessa tarde realizava-se a "festa das latas" e, pela primeira vez, o dia passa a ser feriado académico, cessando todas as praxes. Segundo Alberto de Sousa Lamy, os caloiros passavam a semi-putos, os semi-putos a putos, os putos a quartanistas, os quartanistas a quintanistas e os quintanistas a veteranos. Acontecia portanto a emancipação dos caloiros e a passagem ao posto imediato de todas as outras dignidades. Este foi, de facto, o ano em que as celebrações académicas começaram a adquirir a estrutura que conservam actualmente.

Em 1920 surge o primeiro programa oficial da Queima.

A 27 de Maio de 1925 é lançado aquele que muitos consideram ser o primeiro livro de caricaturas.

A partir de 1926 os grelos passam a queimar-se no "penico", mas há notícia de o mesmo ter sido feiro em 1896. É também em 1926 que a Queima das fitas tem lugar oficial e cartaz desenhado por D. Diogo de Reriz.

Em 1935 surge o primeiro cartaz litografado.

Em 1938 surge um cartaz com várias cores. Ainda neste ano, o grande palco da queima que desde 1930 era no Parque da Cidade, voltou ao Jardim Botânico. A Queima não se realizou em 1921 e em 1962.

A 8 de Maio de 1969 os estudantes grelados, solidários com a greve académica decidem não realizar a Queima das Fitas que só viria a ser retomada 12 anos depois.

Em 1972 alguns quartanistas, em plena rebeldia ao luto académico ainda em vigor chegam a realizar alguns festejos e a editar cartaz e selo, não conseguindo fazer o Cortejo.

A Revolução de Abril não terminou com a greve académica. Posições radicais deram origem a confusões, ficando os estudantes privados da sua festa académica e tudo parecia indicar que não se voltaria a realizar. O I Seminário do Fado de Coimbra realizado em 1978, vem dar alguma força aos que queriam reatar o Cortejo, até que, em 1979 a direcção-geral da Associação Académica de Coimbra presidida por Maló de Abreu, consegue organizar pelos seus próprios meios a I Semana Académica de Coimbra que decorreu de 2 a 10 de Junho e constituiu um reforço para os que queriam voltar aos festejos da "Queima", apesar da persistência dos que queriam continuar o luto académico.

Em 1980 os radicais que se opunham ao regresso das festividades académicas, travados também por cisões de índole política, não conseguiram impedir festejos que em muito se assemelhavam à Queima das Fitas, muito embora não tivessem conseguido o apoio dos organismos autónomos da AAC. Mas a cidade adere à iniciativa e as lojas são decoradas com motivos alusivos à festa dos estudantes.

De 23 a 28 de Maio realiza-se novamente, em pleno, a Queima das Fitas com um programa completo e uma assistência ao Cortejo que o "Diário de Coimbra" estimou em mais de 200 mil pessoas, muito embora no dia 28 de Maio um grupo de rapazes procurasse bloquear o cortejo da Queima das Fitas ao fundo da Rua Alexandre Herculano.

 

O programa tradicional da Queima das Fitas comporta: o Baile de Gala das Faculdades, também chamado "Baile da Queima", introduzido em 1933 e realizado, apenas neste ano, no salão da Câmara Municipal de Coimbra, no "Ninho dos Pequenitos" de 1934 a 1936 e no Ginásio do Liceu José Falcão a partir de 1937; o Chá Dançante; o Cortejo dos Quartanistas; a Garraiada, realizada pela primeira vez em 1929 na Praça de Santa Clara, embora alguns digam que a Garraiada já faria parte das festividades desde finais do século XIX ou princípios do século XX; as Noites do Parque; a "Queima" do Grelo; o Sarau de Gala; a Serenata Monumental; realizada pela primeira vez em 1949 para abrir as festividades da Queima e a Venda da Pasta, surgida pela primeira vez em 1932, lançada pelo curso médico, conhecido por "curso dos cocos", a favor do Asilo da Criança Desvalida que agora se chama Casa da Infância Doutor Elísio de Moura. Faz também parte uma semana cultural e um programa desportivo que envolve as secções desportivas da A.A.C. e seus convidados nacionais e estrangeiros.

A Queima das Fitas constitui, para os Quartanistas Fitados, o ponto de passagem para o derradeiro trajecto da vivência estudantil coimbrã, para os caloiros a emancipação e para os Veteranos o fim da caminhada. Os outros sobem mais um grau hierárquico na PRAXE.

 

No Código da Praxe editado pelo Conselho de Veteranos, vem o modo como os estudantes da Universidade de Coimbra devem integrar o cortejo da Queima das Fitas, de forma a dignificar a PRAXE ACADÉMICA e a sua Universidade: a) - PASTRANOS - Trajam capa e batina, usando na testa dois pensos e , se possível, devem levar na mão um par de cornos - naturais ou artificiais . símbolos da sua passagem de animal irracional a racional. Caso não possua capa e batina, deve usar o traje do dia-a-dia; b) - NOVOS GRELADOS - Capa e batina, devem levar o grelo da cor da Faculdade a que pertencem, em forma de laço, do lado esquerdo da batina, junto ao bolso superior; c) - NOVOS FITADOS - Capa e batina, devem usar a pasta da praxe com as respectivas fitas da cor da Faculdade a que pertencem, que anteriormente soltaram após a queima do grelo. Os estudantes de Medicina podem, como é da tradição, usar sobre o traje académico a bata branca; d) - CARTOLADOS - As bandas da batina devem ser de cetim da cor da Faculdade a que pertencem; as suas abas devem ser arredondadas dobrando e pregando as duas extremidades inferiores, dando um aspecto de fraque. A cartola deverá ser da cor da Faculdade a que pertencem, ou preta com uma fita à sua volta, da cor da Faculdade. O laço deverá ser de cor preta ou da cor da Faculdade. A bengala será de cor natural ou da cor da Faculdade. A roseta deverá ser da cor da Faculdade ou uma flor natural, usada do lado esquerdo da batina junto ao bolso superior. Todos os estudantes que não estejam incluídos em alguma das categorias anteriores devem participar no Cortejo usando capa e batina. Por maioria de razão, o estreito e correcto uso de capa e batina é aplicável aos BICHOS e ESTRANGEIROS.

 

(*) Texto de Augusto Alfaiate especialmente para o regiaocentro.net

 

fonte: regiãocentro.net

 

Atenção este texto é uma cópia de um artigo do site regiãocentro.net, apenas colquei aqui por uma questão de maior facilidade´.

 

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